Louis-Ferdinand Céline, pseudónimo de Louis-Ferdinand Destouches, conhecido simplesmente por Céline (Coubervoie, 27 de maio de 1894 - 1 de julho de 1961), foi um escritor e médico francês.
Obra
A sua obra mais aclamada é Voyage au bout de la nuit (Viagem ao fim da noite) que estabelece uma rotura com a literatura da época pela utilização do calão e linguagem vulgar de um modo mais consistente do que outros escritores haviam tentado, nomeadamente Zola. Em 1936 escreveu Morte a crédito, apresentando uma visão inovadora, caótica e anti-heróica do sofrimento humano. Ao contrário de seus romances, os três panfletos, Bagatelles pour un massacre (1938), a Escola dos cadáveres (1938) e os Bonitos panos (1941), revelam um Céline abertamente anti-semita, facto que lhe terá valido a famosa acusação da parte de Sartre de ter colaborado com os Nazis, o que não corresponde à verdade.
Após a queda do regime de Vichy, escapa para Sigmaringen na Alemanha na companhia de Pétain e Pierre Laval. Após a queda do regime nazi foge para a Dinamarca, tendo sido julgado à revelia em França e condenado a um ano de prisão e considerado uma "vergonha pública". Amnistiado, retorna a França em 1951.
Recupera notoriedade em 1957 com trilogia relativa à sua estadia na Alemanha, onde relata o seu exílio com um estilo cada vez mais inovador ainda que autobiográfica: Um castelo a outro, Norte e Rigodon. Nessa altura torna-se um ídolo da chamada beat generation.
Louis- Ferdinand Destouches morre em 1961 em Meudon (Hauts-de-Seine), deixando viúva a dançarina Lucette Almanzor. Foi enterrado no cemitério do Longo Réages (Meudon). Análise da obra
O seu pensamento niilista é marcado por acentos heróico-cómicos e épicos e por uma grande força e vivacidade. Controvertido, essencialmente por causa de seus textos anti-semitas, publicados entre 1937 e 1941 - reproduzidos durante a ocupação - Céline tornou-se um escritor maldito que, a despeito do enorme valor de suas obras, não figura entre os escritores mais conceituados da França.
Céline revolucionou o romance tradicional, brincando com os ritmos e sons, no que se chamou de "pequena música". Com o seu vocabulário ao mesmo tempo vulgar e científico, é também dotado de uma terrível lucidez, oscilante entre desespero e humor, violência e ternura, revolução estilística e real revolta.
O seu primeiro romance, Viagem ao fim da noite, constrói-se em torno de dois eixos principais que correspondem às duas grandes partes do romance. O primeiro eixo refere-se à descoberta pelo narrador-personagem de um mundo onde a paz e o amor entre os povos parecem impossíveis: as guerras, a colonização, a exploração industrial, por toda a parte os homens dominam outros. O segundo eixo, é um prolongamento do primeiro. Confirma o essencial: "o amor é impossível hoje". Contudo, este tema é explorado mais intimamente. Céline disseca a vontade de dominação e dependência da obra nas relações normalmente idealistas, as relações amorosas. O romance progride assim do geral ao particular a fim de verificar um aforismo actual a partir da sua abertura: "o amor, é o infinito ponto fora de alcance". Céline interpreta assim o pensamento de Arthur Schopenhauer.
No plano estilístico, a progressão que aparece entre o seu primeiro e último romances é marcada por uma correspondência cada vez mais nítida entre o tempo da ação e o tempo da narração. É assim que o presente narrador invade o espaço romanesco a ponto de a acção deixar de se desenrolar no passado e passar a desenvolver-se no presente. O texto aproxima-se assim progressivamente da crónica, o que dá ao seu leitor a impressão que os acontecimentos se passam "ao vivo", sob os seus olhos.
Sinopse Norte, o último romance publicado ainda em vida do autor, é a descrição de uma viagem ao apocalipse infernal da Alemanha nazi. Céline decidira, ele próprio, fugir de Paris e exilar-se nesse inferno, para escapar a uma morte certa, consciente como estava de que, se o não fizesse, seria sujeito a um castigo violento devido à sua colaboração com o ocupante e aos seus exaltados manifestos anti-semitas. De Meudon a Baden-Baden, de Berlim à partida para Rostock, este segundo tomo da trilogia alemã descreve com uma mestria incomparável toda uma sociedade em queda livre: os ridículos de uma aristocracia decadente e a desorientação dos refugiados franceses, perdidos no meio de um mundo que de todo não reconhecem.
In this novel, Louis-Ferdinand Céline (Journey to the End of the Night, Death on the Installment Plan) offers us a vivid chronicle of a desperate man's frantic flight from France in the final months of World War II. Accompanied by his wife, their cat, and an actor friend, our autobiographical narrator Ferdinand leaves Paris for Baden-Baden (a World War II hideaway for wealthy Germans), is then sent to a bombed-out Berlin, and finally leaves for Denmark in search of the gold he had stashed there prior to the war. With the Third Reich in ruins and the Allied armies on Ferdinand's heels, North combines documentary realism with hallucinatory images, capturing the chaos of war and its toll on both victim and victimizer.
Louis-Ferdinand Céline, pseudónimo de Louis-Ferdinand Destouches, conhecido simplesmente por Céline (Coubervoie, 27 de maio de 1894 - 1 de julho de 1961), foi um escritor e médico francês.
ResponderExcluirObra
A sua obra mais aclamada é Voyage au bout de la nuit (Viagem ao fim da noite) que estabelece uma rotura com a literatura da época pela utilização do calão e linguagem vulgar de um modo mais consistente do que outros escritores haviam tentado, nomeadamente Zola. Em 1936 escreveu Morte a crédito, apresentando uma visão inovadora, caótica e anti-heróica do sofrimento humano. Ao contrário de seus romances, os três panfletos, Bagatelles pour un massacre (1938), a Escola dos cadáveres (1938) e os Bonitos panos (1941), revelam um Céline abertamente anti-semita, facto que lhe terá valido a famosa acusação da parte de Sartre de ter colaborado com os Nazis, o que não corresponde à verdade.
Após a queda do regime de Vichy, escapa para Sigmaringen na Alemanha na companhia de Pétain e Pierre Laval. Após a queda do regime nazi foge para a Dinamarca, tendo sido julgado à revelia em França e condenado a um ano de prisão e considerado uma "vergonha pública". Amnistiado, retorna a França em 1951.
Recupera notoriedade em 1957 com trilogia relativa à sua estadia na Alemanha, onde relata o seu exílio com um estilo cada vez mais inovador ainda que autobiográfica: Um castelo a outro, Norte e Rigodon. Nessa altura torna-se um ídolo da chamada beat generation.
Louis- Ferdinand Destouches morre em 1961 em Meudon (Hauts-de-Seine), deixando viúva a dançarina Lucette Almanzor. Foi enterrado no cemitério do Longo Réages (Meudon).
Análise da obra
O seu pensamento niilista é marcado por acentos heróico-cómicos e épicos e por uma grande força e vivacidade. Controvertido, essencialmente por causa de seus textos anti-semitas, publicados entre 1937 e 1941 - reproduzidos durante a ocupação - Céline tornou-se um escritor maldito que, a despeito do enorme valor de suas obras, não figura entre os escritores mais conceituados da França.
Céline revolucionou o romance tradicional, brincando com os ritmos e sons, no que se chamou de "pequena música". Com o seu vocabulário ao mesmo tempo vulgar e científico, é também dotado de uma terrível lucidez, oscilante entre desespero e humor, violência e ternura, revolução estilística e real revolta.
O seu primeiro romance, Viagem ao fim da noite, constrói-se em torno de dois eixos principais que correspondem às duas grandes partes do romance. O primeiro eixo refere-se à descoberta pelo narrador-personagem de um mundo onde a paz e o amor entre os povos parecem impossíveis: as guerras, a colonização, a exploração industrial, por toda a parte os homens dominam outros. O segundo eixo, é um prolongamento do primeiro. Confirma o essencial: "o amor é impossível hoje". Contudo, este tema é explorado mais intimamente. Céline disseca a vontade de dominação e dependência da obra nas relações normalmente idealistas, as relações amorosas. O romance progride assim do geral ao particular a fim de verificar um aforismo actual a partir da sua abertura: "o amor, é o infinito ponto fora de alcance". Céline interpreta assim o pensamento de Arthur Schopenhauer.
No plano estilístico, a progressão que aparece entre o seu primeiro e último romances é marcada por uma correspondência cada vez mais nítida entre o tempo da ação e o tempo da narração. É assim que o presente narrador invade o espaço romanesco a ponto de a acção deixar de se desenrolar no passado e passar a desenvolver-se no presente. O texto aproxima-se assim progressivamente da crónica, o que dá ao seu leitor a impressão que os acontecimentos se passam "ao vivo", sob os seus olhos.
wikipédia
Sinopse
ResponderExcluirNorte, o último romance publicado ainda em vida do autor, é a descrição de uma viagem ao apocalipse infernal da Alemanha nazi. Céline decidira, ele próprio, fugir de Paris e exilar-se nesse inferno, para escapar a uma morte certa, consciente como estava de que, se o não fizesse, seria sujeito a um castigo violento devido à sua colaboração com o ocupante e aos seus exaltados manifestos anti-semitas. De Meudon a Baden-Baden, de Berlim à partida para Rostock, este segundo tomo da trilogia alemã descreve com uma mestria incomparável toda uma sociedade em queda livre: os ridículos de uma aristocracia decadente e a desorientação dos refugiados franceses, perdidos no meio de um mundo que de todo não reconhecem.
http://www.wook.pt/ficha/norte/a/id/1738748
In this novel, Louis-Ferdinand Céline (Journey to the End of the Night, Death on the Installment Plan) offers us a vivid chronicle of a desperate man's frantic flight from France in the final months of World War II. Accompanied by his wife, their cat, and an actor friend, our autobiographical narrator Ferdinand leaves Paris for Baden-Baden (a World War II hideaway for wealthy Germans), is then sent to a bombed-out Berlin, and finally leaves for Denmark in search of the gold he had stashed there prior to the war. With the Third Reich in ruins and the Allied armies on Ferdinand's heels, North combines documentary realism with hallucinatory images, capturing the chaos of war and its toll on both victim and victimizer.
ResponderExcluirhttp://www.amazon.com/French-Literature-Series-Louis-Ferdinand-C%C3%A9line/dp/1564781429