A ETERNIDADE — Arthur Rimbaud
De novo me invade.
Quem? — A Eternidade.
É o mar que se vai
Com o sol que cai.
Alma sentinela,
Ensina-me o jogo
Da noite que gela
E do dia em fogo.
Das lides humanas,
Das palmas e vaias,
Já te desenganas
E no ar te espraias.
De outra nenhuma,
Brasas de cetim,
O Dever se esfuma
Sem dizer: enfim.
Lá não há esperança
E não há futuro.
Ciência e paciência,
Suplício seguro.
De novo me invade.
Quem? — A Eternidade.
É o mar que se vai
Com o sol que cai.
Maio 1872
in CAMPOS, Augusto de. Rimbaud Livre, Ed. Perspectiva, 2002.
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quarta-feira, 10 de setembro de 2014
segunda-feira, 10 de junho de 2013
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