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quinta-feira, 10 de março de 2016

Daniil Kharms — Agenda Azul Nº 10 (miniconto)


Daniil Kharms

AGENDA AZUL Nº 10




Havia um ruivo que não tinha olhos nem orelhas. Tampouco tinha cabelo, de modo que chama-lo de ruivo era somente uma maneira de dizer. Não podia falar, porque não tinha boca. Tampouco tinha nariz. Nem sequer tinha braços ou pernas. Não tinha estômago, nem costas, nem espinha dorsal, e tampouco tinha outras entranhas. Não tinha nada. De modo que é difícil entender de quem estamos falando. Melhor será que não falemos mais dele.

***
in Literatura Rusa del Absurdo, 1975
Tradução: Herman Schmitz

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Daniil Kharmas - Um Encontro

Miniconto de Daniil Jarms, escritor surrealista russo (1905-1942). Em 1941 foi para a prisão de Nº 1 de Leningrado, acusado de distribuir propaganda contra o regime comunista e ali faleceu de inanição em 1942.

Traduzido por mim de: Literatura Rusa Del Absurdo - Daniil Jarms y Alexander Vedensky, compilación e introducción de George Gibian, Editorial Pleamar, Buenos Aires, 1975.


quarta-feira, 13 de junho de 2012

Daniil Kharms - Agenda Azul Nº 10

Surrealismo Russo

Daniíl Ivánovich Karms (1905-1942)

Escritor satírico russo pertencente à corrente surrealista soviética. 

Karms sobrevivia como escritor de livros infantis em Leningrado e é bastante considerado por sua obra poética e pelas suas histórias curtas e ultracurtas (minicontos).

Suas histórias narram cenas da pobreza e da opressão através de símbolos fantásticos e satíricos, e para isso criou um mundo imprevisível e desordenado; os personagens repetem as mesmas ações muitas vezes ou comportam-se de uma maneira irracional, também nas suas histórias a linearidade é rompida brutalmente pelas circunstâncias mais diversas, absurdas e inexplicáveis.

Karms não foi muito valorizado em vida, já que foi declarado inimigo de estado, e enviado à prisão de Kursk em 1931.

Logo depois de obter a liberdade em 1937 as autoridades confiscaram os seus livros infantis, deixando-o em uma situação de miséria total. Entretanto, continuou escrevendo histórias cada vez mais breves e grotescas, as quais somente foram publicadas após a sua morte.

Foi preso novamente em 1941 e faleceu no ano seguinte na prisão de Leningrado Nº1 de inanição.

(Tradução de Herman Schmitz)