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quarta-feira, 12 de agosto de 2015

O Cético — H.L. Mencken


O HOMEM CÉTICO

Nenhum homem acredita piamente em nenhum outro homem. Pode-se acreditar piamente numa ideia, mas não em um homem. No mais alto grau de confiança que ele pode despertar, haverá sempre o aroma da dúvida — uma sensação meio instintiva e meio lógica de que, no fim das contas, o vigarista deve ter um ás escondido na manga. Esta dúvida, como parece óbvio, é sempre mais do que justificada, porque ainda não nasceu o homem merecedor de confiança ilimitada — sua traição, no máximo, espera apenas por uma tentação suficiente. O problema do mundo não é o de que os homens sejam muito suspeitos neste sentido, mas o de que tendem a ser confiantes demais — e de que ainda confiam demais em outros homens, mesmo depois de amargas experiências. Acredito que as mulheres sejam sabiamente menos sentimentais, tanto nisto como em outras coisas. Nenhuma mulher casada põe a mão no fogo por seu marido, nem age como se confiasse nele. Sua principal certeza assemelha-se à de um batedor de carteiras: a de que o guarda que o flagrou poderá ser subornado.


De O Livro dos Insultos — 1919.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

H. L. Menchen - O Solteiro

Henry Louis "H. L." Menchen (1880-1956) foi jornalista, ensaísta, editor americano. Crítico, mordaz e cruel, da sociedade americana da época, com um estilo Nietzscheano de quem era admirador, criticou sistematicamente cada um das aspectos da vida moderna e da urbanidade sendo assim um precursor do modernismo na literatura americana. Suas tiradas valem até hoje, e o seu estilo, se é que se pode resumir, é a arte do contraste entre a sagacidade da observação e a violência verbal usada para expressar esse pensamento.