segunda-feira, 26 de novembro de 2012

José de Alencar - Como e Porque sou Romancista

1873 — Será que alguma coisa mudou nesse tempo?


2 comentários:

  1. José Martiniano de Alencar (Fortaleza, no bairro Messejana, 1 de maio de 1829 — Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 1877) foi um jornalista, político, advogado, orador, crítico, cronista, polemista, romancista e dramaturgo brasileiro.

    Formou-se em Administração, iniciando-se na atividade literária no Correio Mercantil e Diário do Rio de Janeiro. Foi casado com Ana Cochrane. Era filho do senador José Martiniano Pereira de Alencar, irmão do diplomata Leonel Martiniano de Alencar, barão de Alencar, e pai de Augusto Cochrane de Alencar.

    Nasceu em Messejana, na época um município vizinho a Fortaleza. A família transferiu-se para a capital do Império do Brasil, Rio de Janeiro, e José de Alencar, então com onze anos, foi matriculado no Colégio de Instrução Elementar. Em 1844, matriculou-se nos cursos preparatórios à Faculdade de Direito de São Paulo, começando o curso de Direito em 1846. Fundou, na época, a revista Ensaios Literários, onde publicou o artigo questões de estilo.[1] Formou-se em direito, em 1850, e, em 1854, estreou como folhetinista no Correio Mercantil. Em 1856 publica o primeiro romance, Cinco Minutos, seguido de A Viuvinha em 1857. Mas é com O Guarani em (1857) que alcançará notoriedade. Estes romances foram publicados todos em jornais e só depois em livros.

    José de Alencar foi mais longe nos romances que completam a trilogia indigenista: Iracema (1865) e Ubirajara (1874). O primeiro, epopeia sobre a origem do Ceará, tem como personagem principal a índia Iracema, a "virgem dos lábios de mel" e "cabelos tão escuros como a asa da graúna". O segundo tem por personagem Ubirajara, valente guerreiro indígena que durante a história cresce em direção à maturidade.

    Em 1859, tornou-se chefe da Secretaria do Ministério da Justiça, sendo depois consultor do mesmo. Em 1860 ingressou na política, como deputado estadual no Ceará, sempre militando pelo Partido Conservador (Brasil Império). Em 1868, tornou-se ministro da Justiça, ocupando o cargo até janeiro de 1870. Em 1869, candidatou-se ao senado do Império, tendo o Imperador D. Pedro II do Brasil não o escolhido por ser muito jovem ainda.

    Em 1872 se tornou pai de Mário de Alencar, o qual, segundo uma história nunca totalmente confirmada, seria na verdade filho de Machado de Assis, dando respaldo para o romance Dom Casmurro. Viajou para a Europa em 1877, para tentar um tratamento médico, porém não teve sucesso. Faleceu no Rio de Janeiro no mesmo ano, vitimado pela tuberlucose. Machado de Assis, que esteve no velório de Alencar, impressionou-se com a pobreza em que a família Alencar vivia.

    Produziu também romances urbanos (Senhora, 1875; Encarnação, escrito em 1877, ano de sua morte e divulgado em 1893), regionalistas (O Gaúcho, 1870; O Sertanejo, 1875) e históricos (Guerra dos Mascates, 1873), além de peças para o teatro. Uma característica marcante de sua obra é o nacionalismo, tanto nos temas quanto nas inovações no uso da língua portuguesa. Em um momento de consolidação da Independência, Alencar representou um dos mais sinceros esforços patrióticos em povoar o Brasil com conhecimento e cultura próprios, em construir novos caminhos para a literatura no país. Em sua homenagem foi erguida uma estátua no Rio de Janeiro e um teatro em Fortaleza chamado "Teatro José de Alencar".

    A Praça José de Alencar (Ceará) é uma homenagem da sua cidade natal.

    Fonte:
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_de_Alencar

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  2. “Como e Porque Sou Romancista” é a autobiografia intelectual de José de Alencar, importante para o conhecimento de sua personalidade e dos alicerces de sua formação literária.

    O texto sob a forma de carta, foi escrito em 1873 e publicado em 1893, pela Tipografia Leuzinger. Entre suas reedições, merece menção a da Academia Brasileira de Letras, de 1987, conservando a ortografia original, apresentada pelo Prof. Afrânio Coutinho, com a erudição e clareza marcantes de sua crítica.

    Afrânio Coutinho definiu esta carta como “autêntico roteiro de teoria literária, o qual, reunido a outros ensaios de sua lavra, pode bem constituir um corpo de doutrina estética literária, que o norteou em sua obra de criação propriamente dita, sobretudo no romance”.

    O autor enfatizou, em sua formação escolar, a importância dada à leitura, com a correção, nobreza, eloqüência e alma que o mestre Januário Mateus Ferreira sabia transmitir a seus alunos. Ainda menino, como ledor dos serões da família, teve oportunidade de contínuo e repetido contacto com um escasso repertório de romances, cujos esquemas iam ficando gravados em seu espírito.

    Já cursando a Faculdade de direito, em São Paulo, com grande esforço, dominou o idioma francês para ler obras de Balzac, Dumas, Vigny, Chateaubriand e Victor Hugo.

    “A escola francesa, que eu então estudava nesses mestres da moderna literatura, achava-me preparado para ela. O molde do romance, qual mo havia revelado pôr mera casualidade aquele arrojo de criança a tecer uma novela com os fios de uma ventura real, fui encontra-lo fundido com, a elegância e beleza que jamais lhe poderia dar.”

    À influência das leituras na sua formação de escritor, sobrepôs Alencar o valor da imaginação:
    “Mas não tivera eu herdado de minha santa mãe a imaginação de que o mundo apenas vê flores, desbotadas embora, e de que eu sinto a chama incessante, que essa leitura de novelas mal teria feito de mim um mecânico literário, desses que escrevem presepes em vez de romances.”

    Discordou da crítica literária que atribuía à influência de Cooper o paisagismo de O Guarani.
    “Disse alguém, e repete-se pôr aí, de outiva, que O Guarani é um romance ao gosto de Cooper. Se assim fosse, haveria coincidência, e nunca imitação; mas não é. Meus escritos se parecem tanto com os do ilustre romancista americano, como as várzeas do ceará com as margens do Delaware.”

    Segundo Heron de Alencar, “já houve quem colocasse em dúvida algumas das afirmativas que Alencar inseriu em sua autobiografia literária. Ao escrevê-la, já era um escritor de renome e no auge de sua carreira, quatro anos antes de falecer. É possível, desse modo, que tenha, alguma vez querido vestir de fantasia a realidade de sua formação literária, para que a posteridade – sua grande e permanente preocupação – não lhe regateasse admiração e fidelidade. Isso em nada altera o julgamento que deve resultar da leitura de sua obra, e esse é o único julgamento que prevalece.”

    Para Antônio Cândido, “O escrito mais importante para conhecimento da personalidade é a autobiografia literária “Como e Porque Sou Romancista”...., um dos mais belos documentos pessoais da nossa literatura. Não há ainda biografia à altura do assunto, podendo-se dizer o mesmo da interpretação crítica. Mas há um conjunto de estudos que, somados, permitem bom conhecimento.”

    Fonte:
    http://www.mundovestibular.com.br/articles/2441/1/COMO-E-PORQUE-SOU-ROMANCISTA---Jose-de-Alencar-Resumo/Paacutegina1.html

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