sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Friedrich Nietzsche - Limites do nosso ouvido

Citado em A Gaia Ciência, 1882.


Um comentário:

  1. A Gaia Ciência (em alemão: Die fröhliche Wissenschaft) é o último trabalho da fase positiva de Nietzsche, aparentando-se a "Aurora" e a "Humano, Demasiado Humano" pelo estilo leve, ameno e florido em que é composto. Essa é uma das obras mais lidas do autor.

    "VIvo em minha própria casa
    Jamais imitei algo de alguém
    E sempre ri de todos os mestres
    Que nunca se riram de si também"

    Fora publicado a 1882, sendo-lhe acrescida pelo próprio autor, cinco anos depois, um novo capítulo, escrito à mesma época de "Para Além do Bem e do Mal", com ele compartilhando o estilo austero e crítico.

    A expressão "Gaia Ciência" é uma alusão ao nascimento da poesia européia moderna que ocorreu na Provença durante o século XII. Deriva do Provençal, a língua usada pelos trovadores da literatura medieval, em que "gai saber" ou "gaya scienza" corresponde à habilidade técnica e ao espírito livre requeridos para a escrita da poesia. Em "Para Além do Bem e do Mal" (Secção 20), Nietzsche observa que "o amor como paixão - que é a nossa especialidade europeia - foi inventada pelos poetas-cavaleiros provençais, esses seres humanos magníficos e inventivos do 'gai saber' a quem a Europa deve tantas coisas e a quem quase inteiramente se deve ela própria."

    Os cinco capítulos que compõem o livro são, por sua vez, subdivididos em 383 aforismos, nos quais Nietzsche expõe seus conceitos acerca de: arte, moral, história, política, conhecimento, religião, mulheres, guerras, ilusão e verdade. É nesse livro que aparecem, pela primeira vez, suas teorias sobre o eterno retorno (formulado pelos estóicos gregos e considerado por Nietzsche como o símbolo supremo de toda afirmação da vida) e a morte de Deus (conceito com o qual Nietzsche lida com a nova fase do intelectualismo europeu do século XIX, sendo retratada no livro pelo diálogo de um louco com esclarecidos ateus - os quais representam toda a classe intelectual européia: cientistas, filósofos, eruditos e mesmo artistas - sobre o grandioso ato por eles cometido: o assassínio do Deus cristão e o subseqüente niilismo que aflorava na mente desses intelectuais, resultado de uma perda de referências gerais à vida, as quais eram representadas diretamente pelo cristianismo e sua moral).

    Também é nesse livro que Nietzsche se refere, pela primeira vez, a Zaratustra, antigo profeta persa, criador da doutrina chamada zoroastrismo, tornado por Nietzsche arauto de sua filosofia, em seu livro "Assim Falou Zaratustra". Convém lembrar que também é nessa obra que o filósofo alemão realça suas diferenças ideológicas e artísticas em relação a Richard Wagner, o qual terminara sua vida ainda como seguidor de Arthur Schopenhauer.

    wikipédia

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