O Grande Duelo
Por Herman Schmitz
Meu Deus,
Dai-me a força e a coragem
De contemplar meu corpo e minha alma
Sem desgosto.
Charles
Baudelaire
Para
ser um Homem, um homem completo
O
momento preciso não basta
Há
que ser relâmpago
Ter
a rapidez do cirurgião
E
o domínio exercitado de si mesmo
zumbe, entra, sai
Sobe e desce voando
criatura de si mesmo
repentinamente: degraus
desconhecidos
despenham-se adiante
transportando pavor e
incredulidade
— Adiante! Adiante!
Correr
eternamente
A
saltar obstáculos e obstruções
—
Maratona da vida
Sorver
de um só fôlego todo o ar e transpirar sempre
Sempre
mais além,
Somente
um pouco mais…
E
nunca se chegará ao fim
Homem-Universo:
Quanto
mais do fim se avança
Tanto
mais é a distancia
É
tudo relativo
Relativo
a quem vê
Quando
o universo se expande
Há
segurança e vitalidade
Quando
se contrai
Há
dor e futilidade
Somos
dois eus
Nos
encostamos
Espádua
contra espádua
Um
roçar impertinente e impetuoso
— Atire! Atire!
E
nos atiramos no vazio
Como
que a preencher este vácuo que nos rodeia
Ambições,
estigmas e falsidades
Cotidiano,
família e propriedade
Tudo
muito simples, claro e inteligível
—
Meu grande e imenso eu
São
só vinte passos;
Nos
afastemos e que vença o melhor!
Mas
ele se nega a lutar
Eu
também me recuso a lutar
E
por fim nos quedamos inertes
Ombro
a ombro
Ele
vê o dia
Enquanto
eu vejo a noite
Ele
vê o trabalho
Enquanto
eu vejo o ócio
Ele Vive — Eu sonho
—
©2007
by Herman Schmitz
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