Os Escritores
Foi somente no início do século XIX que a autoria passou a experimentar uma evolução que a converteria em uma profissão cuja recompensa podia ser a riqueza e também a fama.
Anteriormente, o aspirante a autor tinha que elaborar uma lista de subscrições antes de publicar algo, e as vendas se limitavam aos quais estivesse se inscrito nela. Não se imprimiam mais exemplares além do que era previsto.
Este método, conhecido como o sistema de mecenato, era a única esperança de autossuficiência para um autor em tempos onde a maior parte das pessoas não sabiam ler, e onde somente uns poucos tinham dinheiro para comprar livros, tempo para lê-los ou o acesso fácil às suas fontes de distribuição.
Porém a tecnologia da imprensa alterou esse cenário. Ficava mais barato imprimir, encadernar e enviar os livros. Assim, multiplicaram-se as redes de transporte, as quais permitiam distribuir os livros cada vez mais distantes do lugar de publicação.
Os membros da classe média em expansão voltaram seus olhos para os livros em busca de conhecimento e lazer, e talvez acima de tudo, ampliar a sua experiência no mundo.
Agora, em lugar de limitar-se a um grupo limitado de mecenas, os autores podiam sonhar em atingir um grande número de pessoas e de qualquer condição.
Seus livros, vendidos a preços baixos, mas em enormes quantidades, podiam proporcionar aos escritores uma fama e uma fortuna que nunca haviam alcançado antes na história da literatura.
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(Adaptado de Nina Baym na introdução ao romance A Letra Escarlate de Nathaniel Hawthorne).
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