Como uma borboleta invisível
A Literatura, essa instituição grandiosa e pesadíssima, também podia ser pequena e leve como uma borboleta invisível, também podia ser uma partícula subatômica (mas de marfim, com encantadoras figuras entalhadas) que atravessava a crosta terrestre, e as madeiras e metais, para fincar-se no mais mole de meus miolos… E sua ferida deliciosa foi tão oportuna, veio tão a calhar, como uma introdução bem escrita a um livro denso e difícil, dessas que, uma vez lidas, tornam a leitura do livro praticamente inútil.
César Aira, A Trombeta de Vime, 1998.
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