Genealogia Mairum
A onça Putir, da casa do jaguar, pariu a onça Moitá que pariu a onça Pinu que pariu a onça Mbiá que pariu a oncinha Putir para começar tudo de novo.Iaci, da casa dos carcarás, pariu a gaviã Iuicui que pariu a gaviã Numiá, que pariu a gaviã Inimá, que há de parir a netinha da gaviã Iaci para começar tudo outra vez.
Uruantã, tuxaua da casa do jaguar, deu ao aroe Uirá dos carcarás a sua irmã Putir para nela gerar onças e recebeu a Iaci, irmã de Uirá, para nela engendrar a sucessão dos carcarás.
Anacã, tuxaua da casa do jaguar, cumprindo a tradição, tomou como mulher a gaviã Iuicui para nela gerar novos gaviõezinhos e deu ao aroe Remui, da casa dos carcarás, a sua irmã Moitá para nela gerar oncinhas.
Teró, da casa dos carcarás, seguindo a tradição, tomou Pinuarana dos jaguares e nela gerou, para a casa das onças, a Jaguar e a Mbiá. Mas, rompendo a tradição, em lugar de fazer a sua irmã Numiá esperar o desaparecido Avá, a entregou a Cosó da casa dos pacus, com o trato de que ela só geraria gente carcará, para a casa do jaguar.
Assim é que o pacu Cosó engendrou em Numiá dos carcarás a Inimá e a Náru. Há quem duvide que Náru possa um dia ser aroe e gerar um tuxaua. Mais duvidoso ainda é que sua irmã Inimá haja de parir o futuro aroe.
Darcy Ribeiro, Maíra, 1977.
Nenhum comentário:
Postar um comentário