"Cada criatura
é um rascunho, a ser retocado sem cessar, até a hora da liberação pelo arcano,
a além do Lethes, rio sem memória. Porém, todo verdadeiro grande passo adiante,
no crescimento do espírito, exige o baque inteiro do ser, o apalpar imenso de
perigos, um falecer no meio das trevas; a passagem. Mas o que vem depois, é o
renascido, um homem mais real e novo, segundo referem os antigos
grimórios".
ROSA, João
Guimarães. In: Estas estórias. Ficção completa, 1995, p. 867.
Observações:
Lethes (rio do esquecimento) — algumas religiões esotéricas ensinavam que havia um outro rio, o Mnemósine, e beber das suas águas faria recordar tudo e alcançar a onisciência. Aos iniciados, ensinava-se que, se lhes fosse dado escolher de que rio beber após a morte, deveriam beber do Mnemósine em lugar do Lethes. Os dois rios aparecem em vários versos inscritos em placas de ouro do século IV a.C. em diante, em Túrio, no sul da península Itálica, e por todo o mundo grego.
Grimórios (do francês grimoire) — são coleções medievais de feitiços, rituais e encantamentos mágicos invariavelmente atribuídas a fontes clássicas hebraicas ou egípcias. Tais livros contêm correspondências astrológicas, listas de anjos e demônios, orientações sobre como efetuar feitiços ou misturar remédios, conjurar entidades sobrenaturais e da confecção de talismãs, de acordo com o ponto-de-vista e com os estudos experimentais do autor.
Grimórios (do francês grimoire) — são coleções medievais de feitiços, rituais e encantamentos mágicos invariavelmente atribuídas a fontes clássicas hebraicas ou egípcias. Tais livros contêm correspondências astrológicas, listas de anjos e demônios, orientações sobre como efetuar feitiços ou misturar remédios, conjurar entidades sobrenaturais e da confecção de talismãs, de acordo com o ponto-de-vista e com os estudos experimentais do autor.