OS NOMES
— Nesse caso – disse ele –, fico feliz em lhe fazer esse favor. Meu nome é Quinn.
— Ah – disse Stillman, pensativo, balançando a cabeça. – Quinn.
— Sim, Quinn. Q-U-I-N-N.
— Entendo. Sim, sim, entendo. Quinn. Hmmm. Sim. Muito interessante. Quinn. Uma palavra muito sonora. Rima com Caim, não é?
— É isso mesmo. Caim.
— E também com motim, se não estou enganado.
— Não está não.
— E também com tintim por tintim. Não é mesmo?
— Exatamente.
— Hmmm. Muito interessante. Vejo muitas possibilidades nessa palavra, esse Quinn, essa... quintessência... de quididade. Quina, por exemplo. E quinhão. E quase. E quinze. Hmm. Rima com rim. Para não falar em fim. Hmmm. Muito interessante. E sim. E vim. E gim. E mim. Hmmm. Rima até com djim. Hmmm. E se a gente pensar direito, com brim. Hmmm. Sim, muito interessante. Gosto imensamente do seu nome, senhor Quinn. Ele se arvora em muitas pequeninas direções ao mesmo tempo.
— Pois é, eu mesmo já notei isso muitas vezes.
***
PAUL AUSTER. Cidade de Vidro, 1985.
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