quarta-feira, 21 de junho de 2023

A Rosa Mística — Poemas de Cleber Pacheco - Posfácio de Herman Augusto Schmitz (2023)

25 anos de poesia

Antes de tudo quero agradecer ao amigo Cleber Pacheco pelo convite para fazer parte dessa sua bem vinda comemoração de aniversário poético de 25 anos de pratica e de sensibilidade.

Um livro nunca está sozinho. São filhos que o autor cria com muito carinho. Sua obra já considerável entre contos e romances, sempre se pontuou com a presença da poesia. Sendo esta, a combinação das muitas faculdades necessárias para se escrever em prosa, acrescida com a musicalidade em seu ritmo próprio, entre o semântico e o fonético, com suas pausas e seus timbres, trazendo ao leitor reflexões do seu eu-lírico.

Em seu último livro de poemas "Poemas orgânicos", Cleber faz um mergulho no corpo biológico, nas entranhas da vida e da natureza, e de onde ele renasce rejuvenescido.

Em "A Rosa Mística" o poeta perscruta a alma, o sentido do oculto, do alegórico e do hermenêutico. Trazendo ao nível do leitor, reflexões com a autoridade de quem pratica o espiritualismo, especialmente o oriental ao longo dos anos, e é a essa sua voz interior, nascida da meditação e da contemplação, que concordamos em ouvir no formato de uma poesia iniciática.

A rosa, por sua cor de sangue derramado, já é um símbolo de renascimento místico. Podemos contemplá-la como uma mandala ou um centro de força, como no símbolo Rosacruz, ou a rosa de sete pétalas, cada uma evocando um metal. No caso dessa poética, esse simbolismo floral é também o de uma manifestação de saída das águas primordiais, acima das quais o poeta se eleva e abre a morada do seu ser.

Os círculos da rosa, também simbolizam um final de processo, onde eliminou-se as arestas e se mostra um produto final, com uma ordem de ideia, de simetria, de lógica e de claridade.

Cleber Pacheco consegue uma atmosfera anímica e afetiva, sem acentuar nenhuma corrente gnóstica específica, pois nos deparamos com elementos do catolicismo, do espiritismo, do paganismo e da espiritualidade oriental, em uma conjugação ecumênica com uma linguagem poética de grande compressão no encadeamento dos versos e uma cuidadosa pontuação, algo sempre arriscado em termos de poesia, mas que aqui atuam como marcações precisas para o fôlego do leitor.

Espero que esses versos tenham o alcance de público que ele merece, pois temos enfim, uma cosmologia poética altamente espiritual, de grande auxílio nesses tempos em que vivemos, entre tantas descrenças, materialismos e esse desmedido desprezo pela essência humana.

Meus parabéns e boa sorte!

Herman Augusto Schmitz

Poeta e Mestre em Letras – Estudos literários (UEL)

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A Rosa Mística

Cleber Pacheco (Poemas)

Editora Penalux (www.editorapenalux.com.br)

2023