quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Murilo Mendes - A Criação e o Criador

  Brilhante poema surrealista brasileiro, do livro: As Metamorfoses, 1944


2 comentários:

  1. Murilo Monteiro Mendes (Juiz de Fora, 13 de maio de 1901 — Lisboa, 13 de agosto de 1975) foi um poeta e prosador brasileiro, expoente do surrealismo brasileiro.

    Biografia

    Telegrafista , auxiliar de contabilidade, notário e Inspetor do Ensino Secundário do Distrito Federal. Foi escrivão da quarta Vara de Família do Distrito Federal, em 1946. De 1953 a 1955 percorreu diversos países da Europa, divulgando, em conferências, a cultura brasileira. Em 1957 se estabeleceu em Roma, onde lecionou Literatura Brasileira. Manteve-se fiel às imagens mineiras, mesclando-as às da Sicília e Espanha, carregadas de história.

    Obras

    Murilo Mendes iniciou-se na literatura escrevendo nas revistas modernistas Terra Roxa, Outras Terras e Antropofagia. Os seus livros Poemas (1930), História do Brasil (1932) e Bumba-Meu-Poeta, escrito em 1930, mas só publicado em 1959, na edição da obra completa intitulada Poesias (1925–1955), são claramente modernistas, revelando uma visão humorística da realidade brasileira. Tempo e Eternidade (1935) marca a conversão de Murilo Mendes ao catolicismo. Nesse livro, os elementos humorísticos diminuem e os valores visuais do texto são acentuados. Foi escrito em colaboração com o poeta Jorge de Lima.

    Nos volumes da fase seguinte, Poesia em Pânico (1938), O Visionário (1941), As Metamorfoses (1944) e Mundo Enigma (1945), o poeta apresenta influência cubista, sobrepondo imagens e fazendo o plástico predominar sobre o discursivo. Poesia Liberdade (1947), como alguns outros livros do poeta, foi escrito sob o impacto da guerra, refletindo a inquietação do autor diante da situação do mundo. Em 1954, saiu Contemplação de Ouro Preto, em que Murilo Mendes alterou sua linguagem e suas preocupações, reportando-se às velhas cidades mineiras e sua atmosfera. Daí por diante, o poeta lançou-se a novos processos estilísticos, realizando uma poesia de caráter mais rigoroso e despojado, como em Parábola (1946-1952) e Siciliana (1954–1955), publicados em Poesias (1925–1955). As características desse período atingem sua melhor realização no livro Tempo Espanhol (1959).

    Em 1970, Murilo Mendes publicou Convergência, um livro de poemas vanguardistas. Murilo Mendes também publicou livros de prosa, como O Discípulo de Emaús (1944), A Idade do Serrote (1968), Livro de memórias e Poliedro (1972). Ao morrer, em Lisboa, deixou inéditas várias obras.

    Fonte:
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Murilo_Mendes

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  2. As Metamorfoses, 1944

    O título deste livro do poeta mineiro Murilo Mendes pode ser usado para designar o processo pelo qual passa toda a sua obra ao longo de quatro décadas de produção. Publicado em 1944, As Metamorfoses apresenta uma poesia muito inspirada por elementos de uma corrente das vanguardas européias do início do século 20, assim como por uma forte espiritualidade, presente desde Tempo e Eternidade (1935), escrito em parceria com Jorge de Lima.

    Influenciado pelas técnicas de composição do Surrealismo, o autor constrói uma poesia fortemente imagética, imbuída da forma de ver o mundo por meio de sentidos não embotados pela lógica do cotidiano. Também são fortes os elementos místicos, eróticos, de tensão entre o sagrado e o profano. A conversão ao catolicismo, suscitada pela morte do amigo Ismael Nery, ofereceu-lhe matéria poética sem retirar de sua poesia a força libertária e de luta contra a ordem estabelecida.

    Apesar das mudanças por que passou a obra do escritor desde a estréia em 1930, com Poemas, um elemento jamais se ausentou de sua poesia: o caráter social. Ao lado de Carlos Drummond de Andrade, Mendes fez parte da segunda geração de escritores modernistas, a qual acrescentou ao movimento um novo caráter de ruptura de antigos padrões e estabelecimento de novas orientações. Aliás, os estudiosos costumam criar um paralelo entre o trabalho de Murilo Mendes e o de Drummond, que, com Alguma Poesia, também estreou em 1930. Ambos iniciaram suas carreiras com obras marcantes e revolucionárias. O livro de Drummond traz, entre outros, o célebre No Meio do Caminho, enquanto as dezenas de versos do livro de Murilo Mendes demonstravam um talento e uma criatividade inéditos até então, além de desempenharem a inusitada função de mostrar aos cariocas um Rio de Janeiro revigorado por uma nova perspectiva (como fez no Novíssimo Prometeu, do livro O Visionário, 1941, em que põe o titã mitológico acorrentada ao Pão de Açúcar).

    O caminho da produção de Murilo Mendes é tortuoso e sua importância transcende a excelência estilística. Muito mais do que isso, o corpo de sua obra deixa claro o empenho do pensador na busca da compreensão do humano e de seu papel diante da vida e da própria existência. Em As Metamorfoses, Mendes trata o leitor como um amigo próximo e digno de conselhos úteis sobre seu papel no mundo e sobre o valor da liberdade. Diz o crítico e professor Fábio de Souza Andrade, acerca da obra: “Livro central em sua produção, As Metamorfoses abre-nos de par em par as portas de um universo poético em pleno vigor”.

    Murilo Monteiro Mendes nasceu em Juiz de Fora no dia 13 de maio de 1901. Órfão de mãe desde muito jovem, aos 9 anos iniciou sua trajetória na poesia que, segundo ele, foi motivada pela passagem do cometa Halley. Depois de várias viagens pela Europa, em 1957 fixou residência em Roma, onde se tornou professor de Literatura Brasileira. Visitou o Brasil pela última vez em 1972. Morreu no dia 13 de agosto de 1975 em Lisboa, onde foi sepultado.

    Fonte:
    http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/metamorfoses-403446.shtml

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