Vladimir Vladimirovich Nabokov (em russo: Влади́мир Влади́мирович Набо́ков; São Petersburgo, 22 de abril de 1899 — Montreux, Suíça, 2 de julho de 1977) foi um escritor russo-americano. Nabokov escreveu seus primeiros nove romances em russo e então chegou à fama internacional como um mestre estilista de prosa em inglês. Também fez contribuições para a entomologia e tinha interesse em problemas de xadrez.
Lolita (1955) é frequentemente citado entre seus romances mais importantes e é o mais conhecido, apresentando o amor por intrincado jogo de palavras e o detalhe descritivo que caracteriza todas as suas obras. O romance foi classificado na quarta posição na lista dos 100 melhores romances da Modern Library.[1] Sua autobiografia intitulada Speak, Memory foi listado na oitava posição na lista dos livros de não-ficção da Library Modern.[2]
Nascido numa família da antiga aristocracia, em 1919, a instabilidade produzida pela revolução bolchevique (1917) obrigou-o a abandonar a União Soviética. Estudou em Cambridge e licenciou-se em literatura russa e francesa. Mudou-se para Berlim, onde iniciou sua produção literária e intenso trabalho como tradutor.
Em 1926, foi publicado seu primeiro romance, Maria, acolhido com interesse e consideração. Fugindo dos exércitos nazistas e após uma estada em Paris, chegou em 1940 aos Estados Unidos, onde se dedicou ao ensino de língua e literatura russa em várias universidades. Embora continuasse a escrever na sua língua materna, começou também a escrever em inglês, publicando o seu primeiro romance nesta língua em 1941 (The Real Life of Sebastian Knight). Publicou, em 1955, o polêmico romance Lolita em inglês.
A partir de 1958, o sucesso alcançado por seus livros permitiu-lhe dedicar-se inteiramente aos seus principais interesses, a literatura e a entomologia.
Escrito em 1969 Ada ou Ardor é considerado o romance mais complexo de Nabokov, autor do célebre Lolita. Um misto de romance com ficção científica com paródia, que se lê como se de um jogo se tratasse. O autor vai semeado pistas ao longo do texto que cabe ao leitor encontrar. Nada é o que parece e qualquer momento podemos tropeçar...
A acção centra-se em Van e Ada, dois jovens provenientes de uma família aristocrática russa, que se apaixonam para toda a vida. Ao longo dos capítulos vamos acompanhando as desventuras deste amor: traições, separações e reencontros. A história começa no Verão de 1884 quando Van então com catorze anos vem passar as férias a Ardis Hall, a propriedade da sua tia Marina. Ai Van conhece a sua prima Ada com doze anos, que é na verdade sua irmã. O facto não os impede se entregarem despudoradamente um ao outro....Se forem muito puristas é melhor escolherem outra leitura.
A sua obsessão acaba por arrastar tudo à frente, incluindo a irmã de Ada, Lucette que terá o mesmo destino da Ophelia de Shakespeare. Um vórtice de dependência que os faz convergir sempre um para outro, apesar das longas separações e das infidelidades.
A partir deste centro de acção surgem muitas outras histórias: Nabokov fala do scrabble, das borboletas, das diferentes espécies de orquideas…E do tempo. Ao longo de toda narrativa desenvolve-se o conceito de tempo e espaço. Van, o narrador, dedica os últimos capítulos precisamente à textura do tempo (“O passado é, portanto, uma constante acumulação de imagens”). De referir que a história se desenrola na Antiterra, um planeta onde a Rússia e os Estados Unidos estão ligados e onde os acontecimentos Históricos são uma versão alternativa dos da Terra. Apesar de se estar no século dezanove já existem carros e aviões, mas não existem telefones.
A estrutura do romance não é linear. A história é contada por Van já idoso, mas outras vezes é contada em terceira pessoa e há ainda intervenções de Ada. Esta mistura de vozes acontece com frequência no mesmo parágrafo. Também é frequente a história avançar e retroceder, “obrigando” o leitor a folhear os capítulos anteriores e a prestar bastante atenção aos pormenores.
Há inúmeras referências a outros autores no texto: Maupassant; Shakespeare, Tchekov, Turgueniev, Tolstoi (o livro começa com a frase de abertura de Anna Karenina, mas invertida), além de referência a figuras como Toulouse-Lautrec e Freud (que Nabokov detestava) e até Vasco da Gama. A maior parte destas alusões estão escondidas sob a forma de trocadilhos ou anagramas (Borges passa para Osberg por exemplo). De facto, não faltam jogos de palavras que tornam o texto muitíssimo rico, além de vocábulos inventados pelo próprio autor. Nota positiva para o tradutor (Fernando Pinto Rodrigues) que verteu para a língua lusa as partes em francês (o livro foi escrito originalmente em inglês mas tem partes em francês e russo) e a explicação de alguns trocadilhos.
O texto é de facto intrincado e denso, recheado de ironia e com descrições belíssimas. Em suma, trata-se de uma leitura portentosa que exige concentração e paciência, mas sem dúvida que vale a pena.
Vladimir Vladimirovich Nabokov (em russo: Влади́мир Влади́мирович Набо́ков; São Petersburgo, 22 de abril de 1899 — Montreux, Suíça, 2 de julho de 1977) foi um escritor russo-americano. Nabokov escreveu seus primeiros nove romances em russo e então chegou à fama internacional como um mestre estilista de prosa em inglês. Também fez contribuições para a entomologia e tinha interesse em problemas de xadrez.
ResponderExcluirLolita (1955) é frequentemente citado entre seus romances mais importantes e é o mais conhecido, apresentando o amor por intrincado jogo de palavras e o detalhe descritivo que caracteriza todas as suas obras. O romance foi classificado na quarta posição na lista dos 100 melhores romances da Modern Library.[1] Sua autobiografia intitulada Speak, Memory foi listado na oitava posição na lista dos livros de não-ficção da Library Modern.[2]
Nascido numa família da antiga aristocracia, em 1919, a instabilidade produzida pela revolução bolchevique (1917) obrigou-o a abandonar a União Soviética. Estudou em Cambridge e licenciou-se em literatura russa e francesa. Mudou-se para Berlim, onde iniciou sua produção literária e intenso trabalho como tradutor.
Em 1926, foi publicado seu primeiro romance, Maria, acolhido com interesse e consideração. Fugindo dos exércitos nazistas e após uma estada em Paris, chegou em 1940 aos Estados Unidos, onde se dedicou ao ensino de língua e literatura russa em várias universidades. Embora continuasse a escrever na sua língua materna, começou também a escrever em inglês, publicando o seu primeiro romance nesta língua em 1941 (The Real Life of Sebastian Knight). Publicou, em 1955, o polêmico romance Lolita em inglês.
A partir de 1958, o sucesso alcançado por seus livros permitiu-lhe dedicar-se inteiramente aos seus principais interesses, a literatura e a entomologia.
Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vladimir_Nabokov
Ada ou Ardor de Vladimir Nabokov
ResponderExcluirEscrito em 1969 Ada ou Ardor é considerado o romance mais complexo de Nabokov, autor do célebre Lolita. Um misto de romance com ficção científica com paródia, que se lê como se de um jogo se tratasse. O autor vai semeado pistas ao longo do texto que cabe ao leitor encontrar. Nada é o que parece e qualquer momento podemos tropeçar...
A acção centra-se em Van e Ada, dois jovens provenientes de uma família aristocrática russa, que se apaixonam para toda a vida. Ao longo dos capítulos vamos acompanhando as desventuras deste amor: traições, separações e reencontros. A história começa no Verão de 1884 quando Van então com catorze anos vem passar as férias a Ardis Hall, a propriedade da sua tia Marina. Ai Van conhece a sua prima Ada com doze anos, que é na verdade sua irmã. O facto não os impede se entregarem despudoradamente um ao outro....Se forem muito puristas é melhor escolherem outra leitura.
A sua obsessão acaba por arrastar tudo à frente, incluindo a irmã de Ada, Lucette que terá o mesmo destino da Ophelia de Shakespeare. Um vórtice de dependência que os faz convergir sempre um para outro, apesar das longas separações e das infidelidades.
A partir deste centro de acção surgem muitas outras histórias: Nabokov fala do scrabble, das borboletas, das diferentes espécies de orquideas…E do tempo. Ao longo de toda narrativa desenvolve-se o conceito de tempo e espaço. Van, o narrador, dedica os últimos capítulos precisamente à textura do tempo (“O passado é, portanto, uma constante acumulação de imagens”). De referir que a história se desenrola na Antiterra, um planeta onde a Rússia e os Estados Unidos estão ligados e onde os acontecimentos Históricos são uma versão alternativa dos da Terra. Apesar de se estar no século dezanove já existem carros e aviões, mas não existem telefones.
A estrutura do romance não é linear. A história é contada por Van já idoso, mas outras vezes é contada em terceira pessoa e há ainda intervenções de Ada. Esta mistura de vozes acontece com frequência no mesmo parágrafo. Também é frequente a história avançar e retroceder, “obrigando” o leitor a folhear os capítulos anteriores e a prestar bastante atenção aos pormenores.
Há inúmeras referências a outros autores no texto: Maupassant; Shakespeare, Tchekov, Turgueniev, Tolstoi (o livro começa com a frase de abertura de Anna Karenina, mas invertida), além de referência a figuras como Toulouse-Lautrec e Freud (que Nabokov detestava) e até Vasco da Gama. A maior parte destas alusões estão escondidas sob a forma de trocadilhos ou anagramas (Borges passa para Osberg por exemplo). De facto, não faltam jogos de palavras que tornam o texto muitíssimo rico, além de vocábulos inventados pelo próprio autor. Nota positiva para o tradutor (Fernando Pinto Rodrigues) que verteu para a língua lusa as partes em francês (o livro foi escrito originalmente em inglês mas tem partes em francês e russo) e a explicação de alguns trocadilhos.
O texto é de facto intrincado e denso, recheado de ironia e com descrições belíssimas. Em suma, trata-se de uma leitura portentosa que exige concentração e paciência, mas sem dúvida que vale a pena.
Fonte:
http://desabafosagridoces.blogs.sapo.pt/63571.html